"Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive" RR
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
(em)OCEAN
domingo, 23 de outubro de 2011
Bubbles
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
São como as cerejas
domingo, 16 de outubro de 2011
Gelado
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Will Cotton- Ice cream cavern |
"Não posso comprar felicidade, mas posso comprar gelado e é mais ou menos a mesma coisa."
(A outra ideia a que associo os momentos mais marcantes da minha vida é a praia das Avencas. Mas creio que nesse caso o motivo é diferente. É a minha primeira casa. É lá que está a minha "família". E por falar em parentesco, tenho outro texto para escrever...)
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
'Tá quietinho (Um Deus de trazer por casa)
sábado, 24 de setembro de 2011
Angelologia
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Quando a hora não é hora
Tento conformar-me, não me deixar consumir pela culpa (o que, dependendo do prisma de pensamento, pode ser uma luta atroz ou tão natural quanto respirar). Mas, quer eu queira, quer não, a pedra está no sapato e não tenho como tirá-la. Não é propriamente doer, nem impedimento para andar…mas mói, incomoda, chateia.

Sinto demais, e tenho uma tendência impressionante para o desafio (a pedra que mexe, o carro sem travões, o precipício!). Condenem-me. Um dia tudo vai bater certo. Hoje só não é o dia.
sábado, 17 de setembro de 2011
Sete Pecados
Inveja. Bem, este já tem a balança mais equilibrada: pelo menos não é bonito. Vivemos num mundo em crise constante – quer financeira, quer de valores- onde as oportunidades são escassas e o que não falta é concorrência (por vezes) desleal. Cobiçar o alheio é mais natural do que pecaminoso, por princípio. E é dessa inveja que nasce a vontade, (quiçá) a motivação, para lutar por mais e melhor. Se lhe chamar “seguir o bom exemplo alheio”, no fundo, é a mesma coisa; mas é praticamente de louvar e não está errado. “Eu, cobiçar aquela vivenda com piscina, barbecue e campo de ténis? Não! Estou só a dizer que o modelo de vida daquele senhor empresário no bruto fato Armani que a comprou é nobre, vou fazer tal e qual.” –e, sinceramente, qual é o problema? Não que esteja correcto e seja bonito, mas daí a ser condenável vai um bocadinho. Devo ser feliz com o que tenho…mas se desejar mais ninguém leva a mal. Olhar para a galinha da vizinha não tem pecado nenhum, mas pelo menos que dê também valor à minha. De qualquer modo, este é um a evitar.
Ganância, ou avareza (segundo a Igreja Católica são uma e a mesma coisa). Ah. Este já é outro patamar, que faz na minha cabecinha muito mais sentido. É sem dúvida o pecado que considero condenável. Invejar é uma coisa que, controladamente, pode até ser saudável: a ganância é uma idolatria excessiva e descontrolada pelo material que passa por cima de tudo e todos. É um hino ao dinheiro que destrói a humanidade de cada um, e que leva ao isolamento. Uma espécie de auto-estrada sem fim nem saídas. Não gosto nada.
Ira. Não passamos todos por lá? É um impulso pouco correcto, mas não há como contê-lo vivendo no século XXI. Há más acções, más pessoas, acasos azarentos, abismos. Há buracos muito grandes- não faltam provocações que plantem a semente da raiva algures cá dentro. E ela ou é descarregada…ou cresce. Ódio, rancor, vingança. Bem, se evoluir até aqui, então sim, também condeno. Mas, nestes escassos anos de vida, já estive uma mão cheia de vezes (pelo menos) furiosa. Já perdi a cabeça, disse e fiz mais do que devia. Já, certamente, ultrapassei os limites do razoável e invadi o domínio do “outro”. E não me considero assim tão má pessoa.
Preguiça. Haja dó. Noventa por cento das pessoas que conheço são preguiçosas, algumas mesmo ao extremo. E a grande maioria delas não merece condenação por isso. Mais uma vez, as circunstâncias em que vivemos são propícias a um estado de cansaço e moleza que nos atira para o sofá. E momentos de ócio são necessários. Existindo uma conciliação entre trabalho e inactividade que permita à pessoa ter um nível de vida que a satisfaça sem incomodar ninguém…então que molengue à vontade no tempo livre. Havendo esmero e empenho quando é necessário, há tempo para tudo. Até para ficar esparramado na cama um dia inteiro.
Vaidade. ADMITO- precisava de começar por aqui! Também chamada de soberba (que será provavelmente um termo mais correcto, eu é que sou menos simpatizante). Não precisa de ser uma questão tangente à arrogância e ao orgulho, na minha opinião. Uma pessoa deve-se esmerar nos actos, nos sonhos, no pensamento…porque não na imagem? Qual é o pecado de querer parecer o melhor possível? É por estar ligada à luxúria? É juntar o útil ao agradável…e torná-lo quase divino (cheira-me que o problema é esse). Eu acho muito bem: se eu não gostar de mim, quem gostará?
Fazendo uma avaliação- vou arder no inferno! Tirando a ganância e a ira (do qual sofro pouco), confesso que estes pecados são quase traços de personalidade. Bastante gerais, por sinal.
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Parêntesis mental
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Não é uma música d'Os Pontos Negros, mas poderia ser (Conto de Fadas da Madorna à Parede)
Ontem, hoje e (talvez) amanhã
I'm feeling lonely, I can't breathe
I fall to pieces, I'm falling
Fell to pieces and I'm still falling
Every time I'm falling down
All alone I fall to pieces
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
A Rita e um "Suponhamos"... (Destino)
sábado, 27 de agosto de 2011
Ás dos Flippers
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
"I wanna know what love is"
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Mishmash
E entre racionalizar e sentir, será que também não posso enfiar tudo no mesmo saco? É uma chatice, quer dizer, no fundo racionalizo tudo o que sinto -o que tendencialmente corre mal-, mas quando não o faço tenho uma certa dificuldade em separar as coisas no cérebro. Neste campo, culpo a minha professora primária. Uma excelente senhora que me deixou muitas saudades e lições, sendo delas a mais importante: separa as coisas todas em gavetinhas na cabeça- assim vais saber onde procurar quando quiseres respostas. Ora, eu quero muitas respostas. As minhas cómodas encefálicas é que já estão cheias, e de cada vez que faço limpezas para tirar o que já não serve ou não é preciso acabo tipo as velhas (guarda isso, não deites fora, olha que ainda te vai fazer falta!). Sinto muito. Mas -sinto muito!- não há nada a fazer. Só se tentar não racionalizar o que sentir...mas aí em vez de separar as coisas em gavetinhas vou deixá-las em cima da cama, e quando as quiser usar vão estar sujas e por engomar, isto se as vir (Molly, devia processar-te por isto!).
O que depois desta conversa toda acabo por não contar é o motivo deste mishmash, o que é que me está a deixar confusa. Infelizmente, não o vou poder fazer: isto perderia todo o interesse se me pusesse para aqui a expor problemas pessoais e dúvidas existenciais. Teria piada- mas seria muito embaraçoso. Se alguém no planeta sequer perceber o que quis dizer já me dou por realizada.
(A preparar-me para mais uma batalha interior! Rita de combate!)
O Domador de Bonecas (parte 7)

terça-feira, 24 de maio de 2011
Roda roda vira

Não me interpretem mal, por mim poderia ser verão todo o ano. Fico extremamente feliz por chapinhar com os amigos; aliás, na maior parte dos dias deito-me e levanto-me com a sensação de que tenho tudo o que preciso. Mas naquela pequenina parcela em que acordo com o pé de fora, torço o nariz e formam-se nuvens cá dentro. A minha dúvida refere-se à futilidade desta felicidade. O verão é uma espécie de cadeia de fastfood gigante, elevada a um expoente máximo; eu sou aquela pessoa que depois de uns dias a comer hambúrgueres sente saudades de um peixinho grelhado. A questão é que é tudo tão fácil, de aspecto tão imaculado e sabor delicioso que uma pessoa tende a desconfiar de que algo está errado. Na minha vida há mais feitos heróicos e aventuras incríveis numa semana de Junho que no Inverno inteiro; por algum motivo passo meses frios a ver gente feia e mirradinha, adoentada e com olheiras, e de repente distingo na mesma multidão deuses do Olimpo, actores de cinema e modelos de roupa interior. Mas esta gente está toda fechada a sete chaves em ginásios e spas até Abril? E onde andam as pessoas simpáticas, que dizem bom-dia a conhecidos e estranhos, quando troveja e há gelo nos passeios?
Estou mais uma vez a usar o blogue para vomitar as entranhas- algo que não tem o menor interesse. Deveria mastigar e engolir esta ideia, até porque assim que der um mergulho no mar o meu bom humor volta, saltitante. Enerva-me: nunca consegui distinguir a minha faceta mais forte. O meu lado lunar e solar não se dedicam a aniquilar o inimigo: andam de mãos dadas, brincam juntos e são felizes. Não conheço absolutamente mais ninguém com gostos tão díspares e personalidade tão versátil. “Antigamente era esquizofrénica; agora estamos óptimos!”- é mais ou menos assim a minha vida.
terça-feira, 3 de maio de 2011
Ponto e vírgula

Comecei o dia por um longo e relaxante banho de espuma, sem pensar na ecologia nem na crise; hoje vou filtrar essas preocupações agoniantes. Vesti-me, tomei o pequeno-almoço com calma e desliguei o computador e o telemóvel; nada de contacto com o exterior. Liguei a aparelhagem e logo a voz de Sade, doce e penetrante, me elevou a outro nível; ainda assim faltava qualquer coisa. Sequei o cabelo, pintei as unhas, actualizei o meu blogue, almocei...aquele vazio nunca me abandonou, nem por um segundo, foi, aliás, aumentando; no fim, a cabeça já me doía e eu sem saber o que me faltava.
Bateram à porta; estranhei, porque a campainha não tocou, simplesmente alguém estava a dar com os nós dos dedos na madeira da minha porta, no quinto andar. Espreitei pelo óculo, perguntei alto “Quem é?” e baixei o volume da aparelhagem; nada, nem um som. Quando estava a começar a acreditar que algum dos filhos da vizinha devia andar a brincar no corredor e voltei para o sofá, bateram de novo, desta vez com mais força; abri a porta de uma vez e lá estavas tu, em pé, com um enorme ramo de flores a tapar metade do teu rosto. Naquela altura não sei o que me passou pela cabeça, posso apenas calcular o que pensaria alguém que por ali passasse nesse momento; saltei-te para o colo (sem nem te dar tempo de pousar as flores), a rir enquanto as lágrimas, de alegria, me escorriam pelas bochechas. “Amo-te”, disseste, baixinho, enquanto me apertavas contra o peito; foi o momento mais feliz da minha vida. Independentemente do que digam ou pensem de mim, do que revelem as minhas atitudes ou o meu carácter, eu sou louca por ti; é só isso que importa agora.
(trabalho para escrita criativa)
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Palco da vida

-Pst, Devine, apaga esse fogo antes que te ponha na rua...
Sorri. O roçar da barba dele no meu pescoço e a doçura da voz da qual estive privada durante anos derreteram o que restava para me sentir de novo parte daquele lugar.
-E desde quando se cumpre a lei nesta espelunca?
-Muito mudou, minha querida...
Se era verdade, a mim não parecia. O palco estava igual, as mesas eram as mesmas, o balcão continuava sujo e rachado e quase podia jurar que as cortinas ainda tinham aquela mancha que ambos sabíamos porque lá estava.
-O Jorge já não toca saxofone como ninguém?-sorri.
-Está para nascer quem o faça melhor,- sorrindo-me de volta, passou as costas da mão pelo meu rosto- da mesma maneira que ainda não achámos quem cante como tu...
Saí das sombras e fiz sem pressas o percurso que por anos a fio foi a minha rotina. Toquei as cadeiras como que para sentir cada momento esquecido e enquanto subia as escadas do palco ouvi os aplausos, os assobios, todo o clamor.
-Acho que já não seria capaz...
-Tenta. Só estou eu, aqui.Mata saudades.
Peguei no microfone. Desligado. Melhor, assim seria menos audível a loucura que estava prestes a cometer. Despi o casaco e deixei-o caído no chão. Soltei o cabelo. Fechei os olhos e vi a minha vida como uma cassete de vídeo das antigas, a rebobinar. O casamento falhado. O emprego que não me preenchia. A perda dos amigos verdadeiros. Aquela sala, todas as noites em que sem preconceitos nem pudor dei vida à minha alma. Era feliz. Senti o calor do holofote e soube que estava na hora. A voz, meia presa ao início, depressa tomou posse do palco inteiro.
***
A voz dela soava feroz e magnifica, majestosa e fatal, como um felino selvagem no seu habitat. E ele ouvia-a com o prazer de sempre, a luxuria invadindo todo o seu corpo, sabendo que nem o passar dos anos mataria o que sentia por aquela mulher tão distante e fechada. Sentado, olhando para ela, desejou ter vivido doutra maneira, ter tido mais coragem, não ter deixado a felicidade escapar por entre os dedos. Porque teria Devine voltado?
***
O coração batia-me a galope quando finalmente libertei tudo o que acumulei no tempo que estive longe dali. Estava afogueada, com calor, mas sentia-me mais leve. Diogo olhava-me do meio da sala, sentado na cadeira, enternecido. Os seus olhos brilhavam. Apercebi-me das saudades que tinha dele, de como mais ninguém me fazia corar e desviar os olhos, do quanto ficava nervosa quando estávamos sós.
-Não te parti os copos todos?
-Falando neles, aceitas uma bebida?
-Claro. Serves-me?
-Não aqui. Está uma noite linda, vamos aproveitar.
-Mas, e o teu emprego? Duas horas e isto vai estar a abarrotar.
-Há anos que não vejo esta sala cheia,- havia uma verdade dolorosa nos olhos dele enquanto tirava do bolso o telemóvel e o desligava- e de qualquer maneira, eles safam-se sem mim. Hoje nada me vai tirar de perto da mulher que, quando desaparece, leva a minha alma.
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Pon and Zi






Sabes quando sentes um milhão de emoções, todas juntas e todas relacionadas com a mesma pessoa, e saltas de uma para a outra com o passar dos segundos sem nem te dares conta? Chamo a isso amar. É medonho, confuso, irritante e dói. E também é o melhor sentimento do mundo, o mais verdadeiro e o que melhor te define.
Amo-te, muito.
(Momento piegas do dia.)
quinta-feira, 31 de março de 2011
Tatuagem

Ao fim de três pontapés na mesma mesa Mafalda desistiu. Era inútil! Para que lhe serviria uma lanterna com luz fraca, ainda que a encontrasse? Tentaria fazer o jantar, e depois ficaria às escuras com ele ao lume. Aí sim, a situação piorava. Mais valia ficar quieta à espera que a luz voltasse. Deitou-se no sofá, sem televisão para ver nem aparelhagem para pôr a tocar, e, como que a gozar com ela, o telemóvel apitou por bateria fraca. Deu por si a pensar o quão dependente estava do exterior. Um corte na luz e ela parava, se faltasse a água muito tempo começava a entrar em pânico, esquecia-se do telemóvel em casa e o dia corria mal. Se um dia as coisas ficassem realmente más, como os políticos e os economistas insistiam em dizer, não sabia o que faria. Arrepiou-se, bateu inconscientemente três vezes na perna do sofá (que nem era de madeira) e afastou o pensamento para outro lugar.
Uma tatuagem. Há anos que queria fazer uma tatuagem sem se decidir onde a queria, qual seria nem a que tatuador confiar a sua pele. Pensara numa fada, numa flor, no sol, num golfinho ou numa borboleta...mas por mais que gostasse e se identificasse com os comuns símbolos de vida e beleza não conseguia deixar de sentir que nenhum deles era realmente o tal. E naquele segundo, clara como a água, era como vê-la a pairar à sua frente: ...
(Eu já sei qual é a tatuagem dela. A dela, e as dos outros. Mas não posso revelar mais. Desejem-me sorte para este projecto, e muita força! Eu bem preciso!)
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
(...)

Mas hoje não sou capaz. Simplesmente sinto que não tenho força para abdicar de mais nenhuma parte de mim para ser figura de estilo, nem mesmo para me proteger. Hoje quero estar inteira porque estou mal, mas pelo menos sou una.
É mau quando nos humilham. Quando não nos sentimos recompensados pelo que fazemos, a todos os níveis. Quando damos tudo e temos orgulho no resultado final, e depois somos pisados como lixo e olhados de cima.
Por isso lutem. Não deixem que vos passem por cima, que vos humilhem e neguem o que é vosso por direito. Ergam a cabeça e batam o pé. Lutem contra a corrente. Reivindicar direitos não é má educação, é coragem. Falta de ética é pensar ser mais do que os outros.
Tenho muito orgulho na minha cabeça quente.