domingo, 23 de outubro de 2011

Bubbles


Tenho bolas de sabão cá dentro! Daquelas com mil cores e reflexos, que flutuam, chocam e explodem. Sempre adorei andar a correr atrás delas, e rebentá-las ao murro ou à cabeçada -sim, sempre revelei meia dúzia de tendências não tão femininas assim- rio-me que nem uma perdida, nem eu sei muito bem porquê.
E o melhor da coisa? Fui eu (eu mesma, euzinha, pura e simplesmente EU) que as criei! Elas não dependem de ninguém para cá estar, são minhas e pronto.


Imagine-se todo um mundo de bolas de sabão. Ele é leve, brilhante, dono de uma irrepreensível beleza multicromática...e nele tudo é oco e rebenta.
Ora bem, nesse mundo há dois tipos de habitantes: os "homens-bolha" e os "rebenta-a-bolha" (não será pela nomenclatura muito difícil de os distinguir).
Agora o porquê de pensar nisto- há uma analogia óbvia com o mundo no qual acordo todos os dias.
Conheço uma quantidade incrível de "homens-bolha", fechados no seu limitado horizonte de certezas translúcidas e frágeis. Eles até conseguem ver cá para fora, embora por entre aquela barreira, mas saírem dali é mentira. E o que sei melhor ainda é que há cada vez menos "rebenta-a-bolha" a destruírem essas barreiras ilusórias (mas lindas- atenção!) aos tontos que fazem questão de as preservar.
Considero-me, pessoalmente, uma "rebenta-a-bolha" muito especial. Ando sempre com o meu alfinete desmancha-prazeres, mas tenho uma sacola onde conservo imaculados uma mão cheia de ideais, cada um na sua bolinha de sabão. E a esses protejo com a vida: no dia em que essas ilusões acabarem não sei de que vou viver.
(Ainda não sei se gosto ou não das bolas de sabão.)

1 comentário:

Mistério da Escrita disse...

O que posso dizer... Chave de ouro: 'Elas não dependem de ninguém para cá estar, são minhas e pronto.' O teu texto está espectacular, ainda só tive a oportunidade de ler o texto sobre as 'Bubbles' e gostei do que li, tens uma enorme capacidade de escrita e uma criatividade por aí além. É um blog que com certeza, eu vou passar algum tempo ou não, (veremos) porque fiquei curioso, muito curioso para ler, ver e rever até onde é capaz de ir a tua enorme capacidade de escrita. Uma enorme bola de sabão para ti, e não há rebentes com um murro ou a cabeçada deixa-lhe ser a tua bola de sabão.