
Dói-me também a vergonha. A incapacidade que tenho de falar e dizer o que se passa, o não ser capaz de repetir as palavras que ouço forçadamente e me despedaçam. Dói-me negar a verdade, para os outros e para mim. Dói-me ter já engolido todo o orgulho, olhar para dentro e ver uma poça de alma, mais decadente que ontem, mais sólida que amanhã.
Às vezes desejo poder fugir daqui, para longe, e nunca mais voltar. Outras, sei que nunca vou ser capaz de abandonar nenhuma parte de mim. E odeio-me por isso.
Desculpem.
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