quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Roxanne



Sai de noite, passo firme, cabeça erguida, cabelo solto. Leva no passo o calor do tango, tem nos lábios o sabor da luxúria e no olhar o fogo da paixão. Os saltos marcam a passada segura, o vestido preto marca a silhueta fina.
Mas quem olha não sabe, quem olha não vê. Quem a deseja está cego pela lascívia, quem a inveja ignora o seu passado, presente, futuro.
Envolta em veludo vermelho, ela seduz, ela ataca, ela finge, ela mata. Por detrás daquela máscara ela chora, ela ruge, ela luta, ela morre.
Pretas são as ondas do cabelo que se abatem em peitos vividos, e enegrecem a alma de quem navega. Afiadas são as garras que se cravam nas costas de quem paga com o sopro para sentir outras marés. Doce é o gosto do pecado, da sorte, do fado, da mentira.


Roxanne, you don't have to wear that dress tonight. Roxanne, you don't have to sell your body to the night. Roxanne, you don't have to put on that red light.

Sem comentários: