Aconteceu outra vez, e eu voltei a chorar. Não foi pela dor imediata, embora ela tenha estado lá para me atormentar. Foi pela raiva, pelo medo, pela impotência, pela pouca coragem que pareço ter em relação a determinados assuntos. Foi por saber que o pesadelo nunca vai acabar, que de cada vez que ele se repete estou um pouco mais isolada do mundo que me rodeia e do qual quero fazer parte. Foi por no fundo não conseguir deixar de amar uma realidade que me faz muito pior do que o quanto (é suposto) me querer bem.
Dói-me também a vergonha. A incapacidade que tenho de falar e dizer o que se passa, o não ser capaz de repetir as palavras que ouço forçadamente e me despedaçam. Dói-me negar a verdade, para os outros e para mim. Dói-me ter já engolido todo o orgulho, olhar para dentro e ver uma poça de alma, mais decadente que ontem, mais sólida que amanhã.
Às vezes desejo poder fugir daqui, para longe, e nunca mais voltar. Outras, sei que nunca vou ser capaz de abandonar nenhuma parte de mim. E odeio-me por isso.
Dói-me também a vergonha. A incapacidade que tenho de falar e dizer o que se passa, o não ser capaz de repetir as palavras que ouço forçadamente e me despedaçam. Dói-me negar a verdade, para os outros e para mim. Dói-me ter já engolido todo o orgulho, olhar para dentro e ver uma poça de alma, mais decadente que ontem, mais sólida que amanhã.
Às vezes desejo poder fugir daqui, para longe, e nunca mais voltar. Outras, sei que nunca vou ser capaz de abandonar nenhuma parte de mim. E odeio-me por isso.
Desculpem.
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