quarta-feira, 14 de maio de 2008

Raquel


“Tu tens mesmo o dom da palavra. Tens um dom que te permite sonhar e fazeres os outros sonharem.” (Piu, Raquel Leite)

É nesta altura que o coração aquece, os olhos brilham e o sorriso nasce. E, sem querer, é neste momento que do fundo das costas, com um suave arrepio cortante, nasce um par de asas longas e delicadas. O seu semblante é cristalino e o seu esplendor ofusca, recortado à luz do sol. A sua primeira tarefa será levar-me a voar até ti, para que te abrace com força e te diga que te adoro assim, exactamente como és.
Um amigo é assim. É alguém que não tem presença física contínua na nossa vida, não porque não queira mas porque o tempo e o espaço não permitem, mas que arranja sempre modo de demonstrar que, algures no seu coração e na sua cabeça, nós temos um lugar especial. É alguém que abdica de si para saber de nós. Um amigo conhece-nos como somos, não só o lado forte, feliz e brilhante, mas também o fraco, cinzento e sombrio, mais aquele outro vermelho, impulsivo, alucinado. E gosta de nós assim: não nos pede para mudar, apenas para que, sem amarras nem medos, nos demos a conhecer e deixemos acarinhar.
E, assim, não me condenas, perdoas-me. Não me criticas, corriges-me. Não me enfrentas, completas-me.
Quero que saibas que o meu orgulho em ti é imenso. Que te adoro, e que esse sentimento cresce cada vez mais, alheio a toda e qualquer condição adversa. E sabes que aí, nesses espaços vazios entre os teus dedos, vais poder sempre encontrar os meus.

Obrigada.

2 comentários:

Anónimo disse...

Um sorriso logo pela manhã. Um acordar mais alegre, um dia mais feliz. Às oito da manhã, ainda com um banho por tomar e uma vontade imensa de voltar para a cama sentei-me à frente do computador e li tão perfeitas palavras, quem diria, dedicadas a mim. Um obrigada, minha querida. Sincero, autêntico e leal. Um obrigada não só pelo texto mas acima de tudo, pela amizade.

Como é que é possível? Catorze anos na mesma escola, três na mesma turma e só agora, que nos encontramos separadas pelo rumo das nossas vidas, é que nos encontramos tão unidas pelo coração.

Eu, num mundo tão (imaginário) “cor-de-rosa” tu, num mundo tão ciente. Eu, tão agarrada aos meus princípios conservadores, tu, tão característica, tão espontânea, tão livre de liberal. Eu, tão dentro das minhas beatices, tu, tão dentro das tuas espiritualidades. Eu, no palco, a dançar ou a tocar piano a dar de mim, tu na escrivaninha, a pôr magia nas palavras transformando-as em sentimentos. Eu, que tento abraçar para fazer sentir melhor, tu, que arrancas gargalhadas sinceras e fazes pessoas felizes.

Tão diferentes. Tão desiguais. Mas, tão parecidas. Tão idênticas. Talvez seja uma tal aura que nos una. Não sei, mas a verdade, é que agora que te conheço, a minha existência não faria sentido, sem a tua. Unidas pela arte, pelo amor, pela crença, pela sinceridade, pela diferença.

Obrigada por tudo.

Anónimo disse...

e lindo ver uma amizade tao forte porque afinal de contas não somos nada sem os nossos amigos!eles tao smp la pa td...