sábado, 24 de maio de 2008

Meteoro-psicologia


Tomei balanço na escrita: a velha e baça Parker olha-me, entusiasmada, disposta a deixar-me segurá-la firmemente entre os dedos e fazê-la vomitar tinta até que deixem de ser produzidas cargas que a revitalizem. Eu sorrio para ela e faço-lhe o favor: o facto é que o calor na barriga causado pelas palavras de apoio que, aos poucos, me vão chegando de recantos desconhecidos (e de outros quantos bastante familiares) me motivam a continuar e despertam verdadeiros sorrisos.


Faz frio lá fora. Agora não chove, mas já choveu. Também já fez sol. Na verdade, hoje já caiu pedra e também já trovejou. Vá-se lá saber o que se passa com a meteorologia mundial, obviamente o Homem é vítima, e fazer uma petição contra estas alterações climáticas incómodas e desagradáveis talvez não fosse mal pensado. É que uma pessoa veste calções e constipa-se, põe uma camisola e transpira, compra um bikini mas é forçada a usar botas! Estou para aqui toda arrepiada, mas se me tapo não tarda que o calor sufoque. Não há direito!
Comigo, a situação está homóloga à climatérica. Num período mínimo de tempo é possível encontrar uma Rita histérica, logo seguida de outra deprimida e melodramática, que por sua vez antecede em mim uma expressão totalmente nova de angústia. Depois disso, quem sabe, talvez chore de tanto rir, ou talvez amue e me tranque a sete chaves. O mais provável é, vai-não-vai, virem a dar de caras com a explosão furacão: aí berro e reclamo, esperneio e grito impropérios, deito tudo abaixo e não abro excepções. Mas isso é coisa passageira, cinco minutos e está o caso arrumado, eu já volto sorridente e renovada. (Por favor, não façam nenhum abaixo assinado para derrubar esta minha personalidade multifacetada, ia ser complicado para a minha pessoa abrigar tanto pensamento e tanto sentimento num só modo de estar!)
Fica então a esperança de que com o mês de Junho venha o verão, e no mesmo pacote o sol e a praia. Falta pouco, e o tempo voa. A noite cá dentro é bastante iluminada pelo sagrado empurraozinho da temperatura exterior; nada melhor que sentir o sol nascer, seus mornos raios ficarem cada vez mais intensos, e saber que, por mais longa que seja a madrugada, há sempre um novo amanhecer!

1 comentário:

Gery Almeida disse...

Iracundo, porem reflexivo.