terça-feira, 23 de agosto de 2011

Mishmash

Se o fácil e o bom têm de facto algum tipo de relação eu cada vez sei menos acerca de qual será. A esta altura já consigo ver um meio-sorriso da parte de mim que é complicada. Disse complicada? Não -intrincada, confusa, disforme, heterogénea, díspar...- chamar-lhe só complicada é reduzi-la a nada. Depois há a outra metade: aquela que não vê sequer motivo para chamar relação ao que existe entre facilidade e vantagem uma vez que elas são uma e a mesma coisa. Para variar fico eu presa aqui no meio pendendo ora para um lado, ora para outro.
Às vezes acho que penso demais. Certamente, falo demais. Se não tivesse esta tendência para racionalizar tudo, criar pontes, fazer comparações e (mais importante e irritante!) tirar conclusões, tudo seria mais fácil (...melhor?). Agora, se não o fizesse não seria eu, nem veria aquelas pequenas coisas que ninguém mais vê. A minha vida não seria uma novela. Ia-me rir menos sozinha, ser considerada uma pessoa normal, e viver uma vida normal. Fácil. Agora, boa? Duvido...iria faltar-lhe sal (pronto, Rita, lá estás tu, se não "cuscas" então é tudo uma seca...se metes o nariz e ficas atolada em dúvidas até ao pescoço, cansas-te).
E entre racionalizar e sentir, será que também não posso enfiar tudo no mesmo saco? É uma chatice, quer dizer, no fundo racionalizo tudo o que sinto -o que tendencialmente corre mal-, mas quando não o faço tenho uma certa dificuldade em separar as coisas no cérebro. Neste campo, culpo a minha professora primária. Uma excelente senhora que me deixou muitas saudades e lições, sendo delas a mais importante: separa as coisas todas em gavetinhas na cabeça- assim vais saber onde procurar quando quiseres respostas. Ora, eu quero muitas respostas. As minhas cómodas encefálicas é que já estão cheias, e de cada vez que faço limpezas para tirar o que já não serve ou não é preciso acabo tipo as velhas (guarda isso, não deites fora, olha que ainda te vai fazer falta!). Sinto muito. Mas -sinto muito!- não há nada a fazer. Só se tentar não racionalizar o que sentir...mas aí em vez de separar as coisas em gavetinhas vou deixá-las em cima da cama, e quando as quiser usar vão estar sujas e por engomar, isto se as vir (Molly, devia processar-te por isto!).

O que depois desta conversa toda acabo por não contar é o motivo deste mishmash, o que é que me está a deixar confusa. Infelizmente, não o vou poder fazer: isto perderia todo o interesse se me pusesse para aqui a expor problemas pessoais e dúvidas existenciais. Teria piada- mas seria muito embaraçoso. Se alguém no planeta sequer perceber o que quis dizer já me dou por realizada.
(A preparar-me para mais uma batalha interior! Rita de combate!)

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