Abrem-se as portas da alma com estrondo e soltam-se as vozes do espírito que urram blasfémias e impropérios. Liberta-se a revolta pelos poros e pela língua, apodera-se do corpo a insanidade da mente. As mãos rasgam a roupa como quem funde metal, a pele ferve sob o suor, a fera cresce.
Sinto no peito uma dor dilacerante e levo a mão ao tronco, um breve reflexo do desespero que no fundo ainda sinto, mas que em breve passará. Os olhos soltam faíscas mas há muito que não vejo, sinto-me cair dentro de mim, e de repente já não sou eu.
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