quarta-feira, 7 de abril de 2010

Espiraltematicamente

Acontece que eu sou a pessoa mais solitária do mundo. A mais fria. A mais profunda e intrincada teia de ilusões e mentiras vividas a cada dia passado, esventrado, eclipsado. Acontece que eu quero mais. Que me sinto mal. Que sinto falta de cada detalhe esquecido e de cada realidade apagada, que esmorece em mim toda a alegria tão efémera, dolorosa, vazia.
Vai, corre, sua, voa.
Estou cansada, triste. Estou gelada por dentro. Será ferrugem? Sinto o coração perro. A cabeça, a alma. As mãos rasgam-me o peito de dentro para fora, não rujo nem gemo, aninho-me, calo-me, morro. Não sei se te quero. Tenho a certeza de que preciso de ti. Não sei se me suporto mais. Não posso viver noutro corpo.
Chuto. Choro. Caio. Sangro. Páro.
Ir-se-á o sol erguer de novo? Um dia? Talvez para mim…será pedir demais?
Não venhas. Sai. Deixa-me. Ama-me. Fica. Beija-me. Não me largues nunca mais…





(Não espero que ninguém entenda este desabafo. Peço desculpa pela confusão.)

3 comentários:

Graça Pires disse...

"todos os dias há um muro de barro a rodear a tranquilidade dos meus olhos. Mas não digam que sou triste. Quem agora vier que venha sem doer, serenamente..."
Lembrei-me deste texto ao ler o teu, Rita, tão cheio das contradições da mágoa...
Um beijo.

CarpeDiemaria disse...

Pois estás redondamente enganada! Entende-te muito mais gente que aquela que imaginas...

Estrelinha disse...

Sim é verdade, é perfeitamente perceptível.
bj;)