quinta-feira, 24 de abril de 2008

Renascer ao sol

(O sol voltou para Ela, e aqueceu-me a mim)

Hoje, pela primeira vez de há muito tempo para cá, tive o prazer de chegar a casa exausta, olhar no espelho e ver a Rita Mendes. Sorri. Sorri, como já não me lembrava de ser capaz.
Os dias arrastaram-se no calendário, um por um. Gemeram de agonia, gritaram de dor. Página por página, arranquei cada gélido mês terminado, após suportar, vá-se saber como, a longa tortura. Nos espelhos que me reflectiam aparecia uma imagem ténue, desfocada: uma miúda pálida, com olheiras, cansada, triste, desmotivada. Havia por vezes um brilho nos olhos, chegou a haver um esgar como que de alegria nos lábios. Mas não. Ilusão de óptica. Cá dentro, e durante todo este tempo, a temperatura foi igual à do exterior. Choveu, fez frio, trovejou. Vieram rajadas de vento arrasadoras, até caiu pedra. Tudo negro, cinzento, mórbido. A memória vinha, sorrateira, mas não chegava, porque consigo não trazia raios de sol, ondas do mar, pessoas de verdade.
Hoje, pela primeira vez, senti-me despertar desta hibernação rígida. Senti os meus membros desentorpecer, um por um. Senti o calor na pele, aquele que é parte dela. Senti o choque perfeito do Indomável Azul no meu corpo. Senti o doce prazer de ver os segundos deslizarem, alegres, sem me cortarem a alma. E, claro, senti a confortante e doce presença dos suspeitos do costume. Aqueles que, como eu, fazem daquele o seu ambiente natural, a sua casa mais genuína, e que só lá se revelam, e que para lá regressam mal o horizonte liberte o sol. Fui feliz de novo.
E cá está a Rita, aquela que só conhece quem a vê no seu ambiente natural, aquela que sorri à própria brisa, que vê o mar com olhos ávidos de curiosidade e fiéis por respeito. A Rita, de pele escurecida pelo sol, que exala harmonia. Agora sim, o brilho no olhar, a verdade no sorriso, a naturalidade nos gestos. Funciono a bateria solar!
Chega de palavras. Chega de congelar emoções, sentimentos. Chega de rotina arrepiante, de vidas por obrigação. Agora, quero prazer. Quero entregar, de braços abertos e consciência lavada, corpo e alma na mão do verão. Quero, uma vez mais, sentir o gosto de ser eu, e viver. Finalmente viver.

À praia das Avencas, que será sempre aquele único lugar capaz de me ceder o sopro da vida. Ao João, sim gajo, por teres estado comigo hoje (me ouvires rir, dizer frases estúpidas sem pensar), e só eu sei de quanto isso valeu. À Xana, porque nem precisei de te convidar, porque és tão mas tão alma gémea que soubeste aparecer (e estar lá para mim, para me ouvir gritar liberdade, exalar essência, subir).

From now on… hey guys, I’m back! Did you miss me? ;)


SUMMER TIME!

1 comentário:

Anónimo disse...

goxto muito dexa rita mendes;P beijokas sua doida**