Cega de raiva e de dor corri para o exterior daquele espaço limpo e arrumado, cuja máscara decente e cautelosa protegia, tapava por completo a sua obscenidade, o seu odor repelente, o seu real propósito obscuro e ilegal. Apropriei-me de um espaço ao qual, na verdade, eu jamais poderia pertencer, tentei sem resultados adaptar-me ao sistema falhado.
Já não dava para aguentar nem mais um segundo. Fugi para lado nenhum, na rota errante dos vagabundos perdidos e dos sábios desesperados. Tomei o atalho dos pobres de espírito e percorri velozmente a viela dos cruéis. Quando dei por mim tinha chegado, imune, ao paraíso das sombras.
Ali nada existia, nada era, nada vivia, não havia mundo material. Vi monstros, bruxas, dragões, vampiros, dinossauros. Vi cavaleiros, duendes, fadas, heróis e elfos. Se vi Homens, não me dei conta. Vi a água da vida eterna, a pedra filosofal, o pote de ouro do final do arco-íris e um bando de gambozinos voando. Nada é verdade. Vi Deus, o céu e os anjos; vi Lúcifer, o inferno e as bestas. Não há de facto separação, nem muros ou barreiras, tudo é um todo, junto, único. Real ou imaginário estava ali e era um.
De repente senti-me desfalecer, como se finalmente eu, a falha sem elemento dual daquele mundo, tivesse sido encontrada e precisasse de ser retirada dali antes que fosse tarde demais. Quando acordei estava deitada na areia, as ondas lambiam-me já os pés descalços. Estava só numa praia deserta. Levantei-me e segui. Não tinha destino, não havia para onde ir. Ia começar a minha vida do zero com a certeza que não mais voltaria a confiar, com a certeza que quem constrói o destino sou eu.
Já não dava para aguentar nem mais um segundo. Fugi para lado nenhum, na rota errante dos vagabundos perdidos e dos sábios desesperados. Tomei o atalho dos pobres de espírito e percorri velozmente a viela dos cruéis. Quando dei por mim tinha chegado, imune, ao paraíso das sombras.
Ali nada existia, nada era, nada vivia, não havia mundo material. Vi monstros, bruxas, dragões, vampiros, dinossauros. Vi cavaleiros, duendes, fadas, heróis e elfos. Se vi Homens, não me dei conta. Vi a água da vida eterna, a pedra filosofal, o pote de ouro do final do arco-íris e um bando de gambozinos voando. Nada é verdade. Vi Deus, o céu e os anjos; vi Lúcifer, o inferno e as bestas. Não há de facto separação, nem muros ou barreiras, tudo é um todo, junto, único. Real ou imaginário estava ali e era um.
De repente senti-me desfalecer, como se finalmente eu, a falha sem elemento dual daquele mundo, tivesse sido encontrada e precisasse de ser retirada dali antes que fosse tarde demais. Quando acordei estava deitada na areia, as ondas lambiam-me já os pés descalços. Estava só numa praia deserta. Levantei-me e segui. Não tinha destino, não havia para onde ir. Ia começar a minha vida do zero com a certeza que não mais voltaria a confiar, com a certeza que quem constrói o destino sou eu.
2 comentários:
ola amiga axo k o teu blog ta mesmo bom muitos parabens gostei muito beijinhos
Gostei Bastante deste texto.. Ao incio custou-me a entrar.. Pelo menos o primeiro parágrafo. Mas relendo, marcaram-me algumas partes.. como quando te referes a 'fugi para lado nenhum' mostrando o desespero de fuga, mas sem se saber para onde.. ou ate mm para aqele local que nao existe. :)
O nivel de desorientação quando referes 'vagabundos perdidos e sábios desesperados'. Ahaha.
O tal paraiso das sombras que pode ser levado como um paradoxo. Qem é que pensa que um paraiso tem sombras, no parecer que está assombrado ou algo parecido. Quando pensamos em paraiso vem-nos logo a ideia de algo iluminado, alegre, flores, cor, arco-iris,.. Aqele local (ou nao-local :P) onde te sentes bem!
E escreveste algo pelo qual me interesso.. duendes, herois, fadas, elfos.. o por assim chamado mundo da fantasia ! Em que tudo corre bem, onde ninguem te chateia nem te olha de lado e podes fazer tudo o que te apetecer. (talvez, para mim,... o tal paraíso)
.. Há quem diga que por mais que tentemos prever algo é sempre o destino quem decide. Nada nos cabe a nós decidir ao fim ao cabo já temos a nossa linha do destino traçada. Será?
* beijinho Rita.
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