quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Máscara


A minha mente assemelha-se, de certo modo, a um Carnaval que se aproxima a passos lentos e cautelosos: tem faces escondidas atrás de máscaras bizarras, tem palhaços mal caracterizados que não se percebe se riem ou choram, tem um toque de mistério profundo e estranheza subtil misturados com tudo o que, de tão ordinário e pestilento, os neutraliza e quase torna imperceptíveis.
Sou embalada numa melodia que não distingo entre o popular brejeiro e o alegre ritmo quente, deixo-me ir num cortejo que mistura políticos e travestis, samba e Veneza… procuro um espelho que não distorça, quero ver se sou uma criança que, pela primeira vez, veste o traje da princesa que de facto é, ou se sou, na verdade, uma adulta frustrada que, uma vez por ano, se aloja no disfarce daquilo que sempre quis ser.
Ouço os tambores e os risos, vejo as serpentinas brilhantes… sorrio. Mas depois vejo as perucas e as maquilhagens, ouço os impropérios, sinto na pele os abusos… fecho-me de novo.
A minha mente é afinal tão nacional como o Carnaval português. Ainda questiono o positivismo daí proveniente. Arrisco dizer que me sinto ao mesmo tempo o esplendor e potência do meu país, e o desânimo e falta de iniciativa da minha nação. Portugal nunca será mais do que aquilo que dele fizerem os portugueses. Eu também nunca serei mais do que aquilo que tiver forças para alcançar. Tiro a máscara. De vez. Atiro-a para longe. Será agora?

4 comentários:

Ana Clau Ameixa. disse...

Atira'a !
Solta'te, já!
Mostra tudo o que és , a tua essência , o teu querer ! A tua vontade , é a vontade de um português ! E és um português único , essencial , que é indespensável . Para todos os que gostam de ti , como eu , e te têm aqui .
Nós não precisamos que te mascares para que possas viver sempre o teu sonho , basta que vivas a vida !
Gozti amiga =D

Anónimo disse...

mascara para que es portuguesa e minha sobrinha conseguiste uma coisa que a muito eu nao fazia que era ler textos obrigado rita continua a escrever sinto muito orgulho de ti mesmo aqui do outro lado do atlantico para nos a agua salgada nao nos mete medo um grande beijo do tio

Anónimo disse...

pesso desculpa pela falta de assentos mas deste lado do mundo nao ha assentos a gramatica e outra.

Anónimo disse...

também não há ç nesse lado do mundo? :S