sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Apogeu


(Para todos aqueles que amam. Para os que apreciam o que digo. Para quem se reflecte nas minhas palavras e percebe cada momento. Para os que não têm vergonha de gritar ao mundo que estão apaixonados, e que o seu coração bate mais alto. Não preciso de dizer nomes. O meu enorme obrigada.)

Sobre a tua pele molhada passo lenta mas seguramente a minha mão ansiosa, que se perde por entre o teu corpo definido e arrepiado. O teu cheiro forte e dominante invade as minhas narinas e preenche todo o meu ser. É incontrolável. Quero-te neste momento mais que a qualquer outra coisa. Deixo-me levar pelas ondas indomáveis de cada segundo que passa, sabendo que não te possuo, que nem sequer te conheço, mas é isso que me interessa, que me agrada, que me excita. Não sou tua, não és meu, não somos almas gémeas porque elas são mitos e nem existem neste momento palavras a trocar. Mas, aqui e agora, somos um e completamo-nos. Só te quero a ti e podia permanecer neste fogo por uma eternidade sem que me sentisse vã.
A tua respiração quente e ofegante no meu pescoço faz-me sentir viva e provoca-me propositadamente. Passo a mão pelo teu cabelo sedoso e sigo por tuas costas de forma sugestiva, sabendo que não eras indiferente a este toque e que estavas cada vez mais ligado a mim. Tinha os olhos fechados e nem me dei conta que o tinha feito. Estávamos presos e queríamos apenas que essa ligação se apertasse mais e mais. Quando os teus lábios encontraram os meus e pude por fim provar o gosto intenso da tua boca todo o espaço que me rodeava desvaneceu, o relógio parou, a vida caiu, rodopiando sem fim numa espiral gigantesca. Éramos só eu e tu cegos de paixão, girando num universo vazio e alucinante que nos mantinha suspensos naquele turbilhão de sensações ao mesmo tempo nítidas e desfocadas. Entre nós não havia segredos nem dúvidas, não havia espaço nem hesitação. Os únicos mistérios eram apenas a alma e o pensamento.
Atingimos o auge quando as forças já mal nos permitiam respirar. Se já nada existia á nossa volta, foi a vez de nós próprios explodirmos numa chuva brilhante de partículas infinitas e incandescentes, num vibrar forte e permanente que nos abafava e consumia, num grito mudo entoado num só tom. E depois a calma, o descer lentamente ao campo terrestre que deliberadamente abandonámos para nos podermos entregar um ao outro, sem culpa, sem pudor. Caímos inertes num sono profundo de calma e paz, largámos as mãos que unidas nos ligavam, e afastámo-nos cada um para o seu mundo, mas não sem antes trocar um último olhar que tudo disse, que tudo significou. Nessa noite dois mundos colidiram.
Quando acordámos foram de novo os teus olhos que me prenderam. Perdi-me nessa íris que ainda não tinha descoberto, que não me permitia desvendá-la. Não falei porque não havia necessidade, porque os meus lábios se cerraram e a minha garganta, solidária, secou. Sem eu querer, nasceu em mim algo que tive até medo de nomear, e apenas o teu abraço quente e seguro fez com que meu pensamento inquieto regressasse á paz bem merecida. Não me largues nunca e de mais nada precisarei.

10 comentários:

Anónimo disse...

obrigado eu. mais uma vez escreves bem e acertado. o texto esta espetacular, e como sempre e como muito bem sabes e aquilo que sinto. esta lindo. continua assim. beijo** obrigado

Anónimo disse...

Nao sei mesmo o que dizer..estou sem palavras.. Continua! Esta lindissimo!

Confidente disse...

Cada palavra, cada sorriso que levemente desenhas com as tuas letras, cada lagrima, cada olhar que parece fixo em nos enquanto nos deleitamos com a tua escrita... e' como se nos viesses buscar ao mais escuro recanto quotidiano e nos transportasses para a recandida luz de uma existencia feliz, de uma vida com um sentido proprio... com amor... sentas-nos ao colo do amor e levas-nos pelos caminhos turvos da felicidade, que clareia a medida em que nos deixamos adormecer no conforto... das tuas palavras... deste o teu melhor... este e o teu melhor: o auge! deleitas-me... nao pares nunca! venero-te!

Anónimo disse...

Que mais poderei dizer se não que está muito bom?! Está bonito, realista, sincero, verdadeiro. Está humano.
Obrigada por me teres dedicado este post.
Beijinhos

Anónimo disse...

=D k poxo dixer...ta lindixmo....ja dixe td e nada pk e impossivel descrever na perfeixao...continua axim linda!=) eu e k agradexo por partilharex exas tuas palavras k derretem e kativam kk um....****

Anónimo disse...

Ritinha, é bom saber que faço parte do grupo de pessoas a quem dedicaste este post. É bom saber, que no fundo, sou especial.

Não há qualquer tipo de dúvidas que para ti escrever, é uma necessidade. É algo tão intrínseco à tua pessoa que o fazes como ninguém. Este texto está delicioso. Único. Parabéns mais uma vez. Estou aqui SEMPRE.

Ana Clau Ameixa. disse...

Minha Lolly .
Tu sabes como entendi, como vivo cada bocadinho do teu texto.
Sabes também que aqui estou, sempre contigo, para te ouvir e para falar . Para que nos partilhemos uma à outra e estejamos sempre lá .
Tenho a agradecer-te teres sido capaz de meter conversa comigo e em mim procurar uma amiga que hoje me orgulho muito de ser para ti .
O que escreveste . . é isso mesmo . O conforto que só se encontra ali e só se sente daquela maneira .
Míuda pah , estás comigo e eu contigo . E estamos as duas juntas para correr por aquela escola , cantar ou olhar apenas para o infinito .
Para o abraço sentido e entendido que ambas temos.
Gosto de tí e gostei do que escreveste .

Anónimo disse...

Minha Ritinha...

Juro que nem sabia que este teu blog existia, isto devido a PDI (Rsss)nao...a verdade e'que eu nao sabia mesmo. Hoje tive a oportunidade de ler o blog todo e adorei, nao sabia que tinha uma sobrinha com tanto conhecimento do sentimento e como o por em escrita. Continua a escrever mas sabes que nao te posso dar concelhos, afinal falas e escreves portugues 3 vezes melhor do que eu.
Jinhos da tia Ilda aqui de Canada

Anónimo disse...

oops...nao era para entrar como anonima mas foi a unica maneira que consegui deixar o meu comentario, mas vou tentar de novo.
Jokas, tia Ilda

Anónimo disse...

ADOREI! Sem d�vida que vale a pena perder 5 minutos para ler este teu texto.

Beijoo